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terça-feira, 7 de julho de 2020

DE JOELHOS NO CHÃO E CORAÇÃO ALTIVO

“Entre os vários erros cometidos pela cultura moderna, um deles é tentar negar que a culpa é um instrumento essencial de humanização” (Luiz Felipe Pondé)

Esse diagnóstico do filósofo pode ser encontrado no meio cristão de uma maneira gritante, em especial no meio evangélico. Perceba como as pregações humanistas são populares hoje, a prática de enaltecer o homem está presente nas canções e pregações, praticamente em todas as igrejas.

Não se ensina mais a necessidade de submissão a Deus, a bíblia é interpretada ao gosto do público, pastores, como nos lembra Willian Lane Craig, deixaram de ser mestres para se tornarem gerentes, líderes, cujo o objetivo é motivar as pessoas a participar dos eventos. Infelizmente muito se tornaram meros animadores de auditório, para pessoas que buscam entretenimento aos finais de semana.

Contudo, precisamos perceber que isso não é algo novo, é comum pensarmos esses males como sendo fruto de nossa época, infelizmente não é, aliás esse pensamento também é uma cegueira que possuí a mesma essência, a cegueira para o fato de que o ser humano é insuficiente, tem em si a irresistível tendência para pecar contra Deus.

Vejamos o que a Bíblia nos ensina:

Isaías 29:13 Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído.

Mateus 7:4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? 7:5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Veja, caro leitor, como sempre fomos hipócritas, o povo adorava a Deus com os lábios, mas o coração estava longe, era apenas aparência; Jesus censura àqueles que ficavam recriminando seus semelhantes mas faziam coisa pior. Essa sempre foi a tendência humana, afinal acusar o outro naquilo que sou melhor – ou que ao menos aparento ser melhor – me faz me sentir mais santo. Reconhecer a própria carência é muito difícil pois causa dor.

Mas é por isso que ser cristão é tão difícil, ser frequentador de Igreja é muito fácil, basta cantar, dar uns glórias a Deus forte, dependendo da Igreja pular, bater palma e rodar, me ajoelho um pouco no início do culto ou um pouco antes do culto e está feito o ritual, ou seja, dobramos nossos joelhos mas não dobramos nossos corações e mentes. Nada mais distante de ser cristão que isso.

Para realmente ser cristão temos que reconhecer o mal dentro de nós (Romanos 7.19-20), dobrar nossos joelhos, nossa mente e coração e confessar a Deus quem somos de verdade, assim como Jacó teve que fazer com o anjo, dizer sou Jacó, sou pecador, mau, só Cristo pode me salvar. Mas dizer não é suficiente, é preciso viver assim. Essa fala será vazia se em seguida eu me levanto e digo: “EU tomo posse”, “EU repreendo”, “ EU abençoo”, “EU recebo”... e várias outras expressões que exaltam o EU, quando deveríamos exaltar Cristo, Aquele que morreu e ressuscitou para nos salvar. Ele pode fazer, a Ele pertence tudo, inclusive minha vida (Salmo 19 e 24). Cristo tem Direito, é dono de tudo, pois o Pai, Deus deu a Ele, nós só temos carências, pecado, maldade e devemos tudo a Cristo.

Além disso, devemos lembrar que o pecado e o mal é a condição de todo ser humano, não temos condições de fazer um mundo melhor ou uma sociedade melhor, apenas Deus tem poder para nos redimir. Por isso vamos nos curvar diante de Deus e sentir a dor do mal que habita em nós e assim nos curvarmos diante Daquele que pode nos perdoar e nos dar alguma alegria durante essa existência caída e assim podermos ter vida de verdade, pois só ele é a Ressureição e a Vida; Jesus é nossa vida aqui, mas também é o nosso Salvador que através de seu sangue nos dará acesso à vida Eterna. Que Deus nos abençoe e nos ensine a verdadeiramente ajoelharmos diante Dele.