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quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

A experiência de Gideão


“Então o anjo do SENHOR veio, e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra, que pertencia a Joás, abiezrita; e Gideão, seu filho, estava malhando o trigo no lagar, para o salvar dos midianitas. Então o anjo do SENHOR lhe apareceu, e lhe disse: O SENHOR é contigo, varão valoroso.”
Juízes 6.11-12


Israel estava sob o domínio dos midianitas e durante sete anos eles atacaram a Israel durante o período da colheita e levaram todo o trigo, deixando o povo sem alimento (o que era uma tática muito comum na época, usada até em guerras mais recentes). Assim, diz a palavra, que o povo se empobreceu muito por causa da presença dos midianitas.

Para salvar o trigo dos midianitas, Gideão leva a colheita para o lagar, e enquanto estava ali apareceu um anjo que o chamou de varão valoroso; o valor de Gideão não estava em seus valores morais, éticos ou em sua força, mas sim em desejar salvar o trigo, salvar aquilo que o Senhor havia dado ao povo, provisão de Deus que naqueles dias estava sendo minada pela ação dos inimigos.

Esse mesmo quadro se repete hoje, as pessoas estão abrindo mão da palavra revelada, levando o trigo para eira (que é o lugar habitual – lógico – de se malhar o trigo), mas ali o trigo fica exposto e o inimigo o rouba facilmente. Vemos hoje a bíblia sendo interpretada segundo a razão do homem, para validar seus interesses materiais e carnais; os púlpitos das igrejas viraram palanques para palestras motivacionais e treinamentos empresariais; há pouco tempo vi um livro com o seguinte titulo: “As 25 leis bíblicas do sucesso”; a bíblia traz sim lições sobre vida profissional, sentimental e tantos outros assuntos que tangem a nossa vida terrena; entretanto todos esses ensinos são periféricos, têm como objetivo nos ensinar a viver mais perto do Senhor, obedecendo e usufruindo cada vez mais das bençãos do Senhor; Jesus não morreu na cruz para nos dar um bom emprego ou prosperidade material – isso é fruto do trabalho de cada um, trabalho esse que o Senhor honra; Ele morreu para nos dar vida eterna.  (É importante dizer que isso não precisa ser falado para a igreja, é apenas para o irmão que ler essa mensagem entender do que estamos falando).

Gideão desejou guardar o trigo, levando para o lagar, o lagar geralmente ficava perto da casa, precisamos levar a palavra de Deus para os nossos lares, para o mais intimo das nossas vidas, evangelho não vivido em templos ou em encontros e grandes eventos; e sim no nosso dia a dia, a cada momento precisamos viver a palavra de Deus. O lagar também era onde se pisava as uvas para fazer o vinho, era uma pedra com uma grande cavidade, ao contrário da eira, ali o trigo não tem contato com o chão, é palavra revelada, sem nenhum contato com a razão do homem. Para malhar o trigo no lagar é mais difícil, é mais demorado; para conhecermos a palavra do Senhor em seu sentido profético é preciso oração, jejum, uma busca continua (meios de graça), é preciso clamar pelo Sangue de Jesus, assim o trigo terá o sabor da uva, e não da terra; a palavra de Deus terá o sabor do sangue, do Espírito Santo e não do entendimento humano.

Gideão questiona o anjo do Senhor dizendo: “...se o Senhor é conosco, por que tudo isso nos sobreveio?...” As vezes a situação que vivemos nos leva a desacreditar no poder do Senhor; o quadro que vemos a nossa volta é muito grave nesse sentido, não há mais preocupação em pregar uma mensagem eterna, falar sobre o plano profético da salvação; Gideão questiona acerca do que o Senhor fez no passado quando tirou o povo de Egito, muitos hoje são levados a uma interpretação racional e relativa da palavra de Deus; entretanto a palavra é verdade absoluta, e era isso que o anjo desejava mostrar a Gideão e mostrou; e assim o Senhor quer fazer conosco. O anjo disse a Gideão (aqui já se revelando como o Senhor Jesus – um caso de “teofania” – do grego Teos = Deus e Phaniesta = revelar, teofania assim, significa Deus se revelando ou revelação de Deus ao homem – tradução livre):

“Então, o Senhor olhou para ele e disse: vai nessa tua força e livrarás a Israel da mão dos midianitas; por ventura não te enviei Eu?”
Juízes 6:14

Quando o Senhor diz vai nessa tua força (daqui em diante falaremos do anjo como o próprio Senhor Jesus, pois ele aceitou a adoração e a oferta de Gideão), está fazendo menção da força que o Espírito Santo já havia concedido quando Gideão atendeu a revelação e guardou o trigo, o Senhor nos alimenta com o seu pão (Jesus), o Senhor é a nossa força e Ele nos enviou a realizar a sua obra.

Gideão pediu um sinal de que o Senhor seria com ele (versículo 17 e 18); quando Gideão voltou com sua oferta o Senhor ordenou que ele a colocasse sobre a penha (penha é uma grande concentração de massa rochosa – definição do dicionário Aurélio), e ao tocar com o cajado subiu fogo da penha e consumiu a oferta (versículo 21); para sermos usados nas mãos do Senhor precisamos de um sinal, uma experiência com o fogo (Espírito Santo) para podermos caminhar sem nos desviar e sabendo discernir todas as coisas. Mas notem que Gideão precisou pedir o sinal, o Senhor fala com muitos, muitos desejam servir ao Senhor, todavia poucos se preocupam realmente em fazer as coisas segundo a vontade do Senhor, abrir mão de suas opiniões e renunciar sua vida para se dedicar ao Senhor. Gideão também disse ser o menor da casa de seu pai e a sua família a mais pobre (versículo 15), o Senhor não precisa de muito, apenas que estejamos dispostos a ofertar a nossa vida a Ele, o resto é o Senhor quem faz.

Naquela mesma noite o Senhor ordenou a Gideão que derrubasse o altar de Baal e cortasse o bosque de seu pai; após isso construísse um novo altar e sacrificasse nele ao Senhor (versículos 25 a 32). O altar pertencia a seu pai, e havia um bosque ao pé desse altar, essa é a situação das pessoas hoje, estão enraizadas diante de misticismos, crenças que não vêm do Senhor, e pensam que estão certas; pessoas boas, as chamadas na palavra de estrelas errantes, estão nessa situação por não conhecerem a verdade absoluta da palavra de Deus revelada pelo Espírito Santo. Gideão significa derrubador, nós também fomos chamados a derrubar a razão humana, primeiro em nós mesmos e depois dizer a todos a nossa volta que Jesus é o único salvador, fazendo do nosso coração um altar de adoração ao Deus vivo.

Pelo fato de Gideão ter obedecido ao Senhor, o povo se irou contra ele, querendo matá-lo, o mundo é contra o projeto de Deus, e por isso chamaram Gideão de Jerubaal (traduzido é “Baal contenda contra ele”) e assim Gideão ficou conhecido, as pessoas estão tão presas a seus conceitos e idolatrias que não percebem que o mundo as domina, o povo já havia se acostumado com aquela situação de sujeição, o mundo hoje já se acostumou com o pecado e com um evangelho racional, mas o desejo do nosso Deus é libertar seus escolhidos revelando o projeto eterno de Salvação.

Tamanha foi a ira do povo que a palavra relata que os midianitas se ajuntaram no vale de Jezreel, que significa “plantado por Deus”, para pelejar contra os israelitas; mas o Senhor levou o povo a peleja e concedeu a vitória. Assim como os midianitas foram derrotados, o Senhor também nos dará a vitória e o mundo não levará o alimento que o Senhor nos tem dado, o mundo não destruirá o que o Senhor plantou em nossas vidas, como Gideão lutou para proteger o trigo e anos depois Nabote morreu por se recusar a entregar a sua vinha a Acabe, também em Jezreel, nós também lutamos pela obra que o Senhor realizou em nossas vidas; o mundo não tomará a semente que o Senhor plantou em nossos corações. Os midianitas levaram Israel ao empobrecimento, o mundo tem empobrecido ao homem; mas nós confiamos na promessa do nosso Deus:

“O meu Deus, segundo as suas muitas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.”
Filipenses 4:19

2 comentários:

  1. Muito bom! Importante destacar aqueles que tem tido o seu valor em defender o trigo como fez Gideão e agora o mesmo sendo feito por você. Que Deus esteja contigo nessa jornada.

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    1. Amém meu irmão. Sempre juntos orando uns pelos outros e sendo fieis às escrituras que venceremos na presença do nosso Senhor.

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