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terça-feira, 3 de março de 2020

A Era da Inversão


"Se liberdade é abandonar todo o ensino que trouxe a Igreja de Cristo e a sociedade até aqui, invertendo e subvertendo todo o ensino das escrituras, que Deus me livre de ser livre."


Na semana passada escrevi aqui no blog e publiquei um vídeo falando sobre evangelismo no período do carnaval. A tese fundante era que não devemos imitar a festa secular, pois desde sua origem ela é voltada para os deleites mundanos e contrária a Palavra de Deus.

O que me chamou a atenção foi a não compreensão ou mesmo a indisposição das pessoas em entender o que eu estava dizendo, pressupondo que sou contra o evangelismo durante o carnaval; vale ressaltar que estou pressupondo o não entendimento, pois caso tenham entendi o caso é bem mais grave do que eu pensava, pois estarei enfrentando falsos cristãos.

Não sou contra o evangelismo, sou terminantemente contra a imitação daquilo que é contrário a Bíblia. Para se oporem a mim utilizaram o texto de I Coríntios 9.19-23, em que basicamente Paulo diz ter se feito tudo para com todos para salvar alguns. Contudo isso é retirar o texto de contexto, pois obviamente o apóstolo não está dizendo que imitou os costumes idólatras daquela cidade ou participou de festas e cultos que honravam aos deuses daquelas pessoas. Paulo se fez fraco não profano.

Não há nada no texto nem em toda a Bíblia que sirva de base para justificar imitar uma festa cujo objetivo é o exagero dos prazeres profanos, o que Paulo está dizendo é que confrontar os hábitos e modo de pensar das pessoas não é a melhor maneira de anunciar o evangelho, mas devemos partir daquilo que é compreensível para as pessoas e então falar da Salvação, como ele fez em Atenas (Atos 17).

Mas carnaval a parte o que me chama a atenção nisso é a inversão de valores. Como cristãos estão perdidos e não entendem nem vivem a fé, confundem a liberdade do evangelho com a libertinagem do mundo a nossa volta, não discernindo aquilo que convém e aquilo que não convém. Infelizmente estamos nos tornando fruto da nossa época, a Era da inversão; ou como Zigmunt Bauman nos ensina: a “Modernidade Líquida”, onde laços e valores não possuem mais solidez, são desfeitos, ignorados ou substituídos o tempo todo.

Sinceramente fico preocupado, mas não assustado, pois a bíblia está repleta de alertas sobre essa época. Há um tempo escrevi sobre o Complexo de Judas, mostrando como belos discursos disfarçam as más intenções, olha como a bíblia nos alerta contra essa prática:

Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído (Isaías 29.13)

Ou como o Senhor nos alerta da falta de fé em nossa geração:

Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra? (Lucas 18.8)

A igreja atual vem se secularizando e sendo influenciada pelo pensamento existencialista e hedonista que predomina em nossos dias, em que se entende que o ser humano é livre para ser o que quiser e deve sempre buscar a satisfação do seus desejos. Nessa busca desenfreada pelo prazer e pelo ser o que quiser estamos vendo a miséria humana aflorar minando o fundamento da sociedade e da igreja.

Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo! (Isaías 5.20)

Na sociedade é o pensamento existencialista que leva ao abandono de costumes, valores e regras, um desejo por liberdade; nas igrejas o desejo é o mesmo, a inversão se dá exatamente por se rejeitar o compromisso com o verdadeiro ensino bíblico e com as pessoas que estão a nossa volta, contudo existe um agravante: se a fé vem pelo ouvir e ouvir a palavra (Rm 10.7), como termos fé se ouvimos apenas músicas e palestras motivacionais? Se liberdade é abandonar todo o ensino que trouxe a Igreja de Cristo e a sociedade até aqui, invertendo e subvertendo todo o ensino das escrituras, que Deus me livre de ser livre.


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