"Se liberdade é abandonar todo o ensino que trouxe a Igreja de Cristo e a sociedade até aqui, invertendo e subvertendo todo o ensino das escrituras, que Deus me livre de ser livre."
O que me chamou a atenção foi a não
compreensão ou mesmo a indisposição das pessoas em entender o que eu estava
dizendo, pressupondo que sou contra o evangelismo durante o carnaval; vale
ressaltar que estou pressupondo o não entendimento, pois caso tenham entendi o
caso é bem mais grave do que eu pensava, pois estarei enfrentando falsos cristãos.
Não sou contra o evangelismo, sou
terminantemente contra a imitação daquilo que é contrário a Bíblia. Para se
oporem a mim utilizaram o texto de I Coríntios 9.19-23, em que basicamente Paulo
diz ter se feito tudo para com todos para salvar alguns. Contudo isso é retirar
o texto de contexto, pois obviamente o apóstolo não está dizendo que imitou os
costumes idólatras daquela cidade ou participou de festas e cultos que honravam
aos deuses daquelas pessoas. Paulo se fez fraco não profano.
Não há nada no texto nem em toda a Bíblia
que sirva de base para justificar imitar uma festa cujo objetivo é o exagero
dos prazeres profanos, o que Paulo está dizendo é que confrontar os hábitos e
modo de pensar das pessoas não é a melhor maneira de anunciar o evangelho, mas
devemos partir daquilo que é compreensível para as pessoas e então falar da
Salvação, como ele fez em Atenas (Atos 17).
Mas carnaval a parte o que me chama a atenção
nisso é a inversão de valores. Como cristãos estão perdidos e não entendem nem
vivem a fé, confundem a liberdade do evangelho com a libertinagem do mundo a
nossa volta, não discernindo aquilo que convém e aquilo que não convém. Infelizmente estamos nos tornando fruto da nossa época, a Era da inversão;
ou como Zigmunt Bauman nos ensina: a
“Modernidade Líquida”, onde laços e
valores não possuem mais solidez, são desfeitos, ignorados ou substituídos o
tempo todo.
Sinceramente fico preocupado, mas não assustado, pois a bíblia está repleta de alertas sobre essa época. Há um tempo escrevi sobre o Complexo de Judas, mostrando como belos discursos disfarçam as más intenções, olha como a bíblia nos alerta contra essa prática:
Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído (Isaías 29.13)
Ou como o Senhor nos alerta da falta
de fé em nossa geração:
Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra? (Lucas 18.8)
A igreja atual vem se secularizando e
sendo influenciada pelo pensamento existencialista e hedonista que predomina em
nossos dias, em que se entende que o ser humano é livre para ser o que quiser e
deve sempre buscar a satisfação do seus desejos. Nessa busca desenfreada pelo
prazer e pelo ser o que quiser estamos vendo a miséria humana aflorar minando o
fundamento da sociedade e da igreja.
Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo! (Isaías 5.20)
Na sociedade é o pensamento existencialista
que leva ao abandono de costumes, valores e regras, um desejo por liberdade;
nas igrejas o desejo é o mesmo, a inversão se dá exatamente por se rejeitar o
compromisso com o verdadeiro ensino bíblico e com as pessoas que estão a nossa
volta, contudo existe um agravante: se a fé vem pelo ouvir e ouvir a palavra (Rm
10.7), como termos fé se ouvimos apenas músicas e palestras motivacionais? Se
liberdade é abandonar todo o ensino que trouxe a Igreja de Cristo e a sociedade
até aqui, invertendo e subvertendo todo o ensino das escrituras, que Deus me
livre de ser livre.
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