"temer a morte é como temer o nascer ou o pôr do sol"
Antes de falar realmente o que tenho
em mente, é preciso dizer que embora esteja escrevendo esse texto durante o período
de quarentena por causa do corona vírus, a morte que me refiro aqui não tem
nenhuma relação com esse vírus de origem asiática.
Tampouco estou tratando da morte
espiritual, que para os leitores envolvidos em algum contexto eclesiástico ou teológico
é um termo bem conhecido, nem mesmo estou falando da morte para o mundo,
expressão usada como sinônimo de conversão.
Então do que estou falando afinal? Simples!
Me refiro a morte normal, que todos nós passaremos por ela. Em momentos de
epidemias ou de doenças graves que antecedem o mal irremediável, pelo qual
todos passaremos, é normal ouvir palavras de encorajamento e de consolo. Palavras
essas que são muito bem vindas, não me entenda mal caro leitor.
A reflexão que deixo é de que a morte é
tão natural quanto a vida, claro que amigos, irmãos e teólogos (profissionais
ou curiosos) vão me rebater dizendo que a morte é uma consequência do pecado,
pois foi após a queda (pecado de Adão em desobedecer a Deus, desprezando o
mandamento divino, que repetimos individualmente em nossas práticas) que a
morte passou a vigorar sobre o mundo.
Com todo respeito a crença de meus irmãos e estudos
dos grandes teólogos, ouso discordar, não faz muito sentido Deus criar o homem
imortal, pois seria estranho todos os seres morrerem e só o ser humano
permanecer vivo, além da super população que rapidamente iria se acumular na
terra. Sobre isso ainda podem objetar dizendo que a natureza inteira só passou
a morrer após o pecado do homem, não me parece que as leis da física foram
alteradas com o pecado do homem, as leis naturais foram estabelecidas por Deus
na criação e ai estão, e estarão até o fim.
Ainda argumentando que foi o pecado de
Adão a trazer a morte para o mundo usa-se o texto em I Coríntios 15.21-22, que
diz:
²¹Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. ²²Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.
Mas se a morte física vem pelo pecado
porque o sacrifício de Jesus anula apenas a condenação e não retira esse suposto efeito do pecado? Essa é até respondida facilmente. Mas há uma outra pergunta que os teólogos não conseguem
responder e por isso mantêm a ideia de que a morte natural é consequência do
pecado, a pergunta é a seguinte: se a morte física não for consequência do
pecado qual foi a grande consequência do pecado?
A resposta é um tanto simples, a
grande consequência do pecado foi o que a teologia chama de “depravação total”,
a humanidade passa a estar morta em delitos e pecados (Efésios 2.1); com a
queda fomos destituídos da Glória de Deus (Romanos 3.23), com isso a paz que o
homem tinha antes do pecado de saber que a vida estava nas mãos do criador foi
retirada e passamos a temer a morte.
Não passamos a morrer após o pecado,
contudo sem um relacionamento pleno com o criador deixamos de entender que tudo
é feito e determinado por Ele, com isso passamos a temer o futuro e deixamos de confiar no Deus todo poderoso pois a nossa natureza está desligada do
criador, é por isso que Cristo é a ressurreição, Ele revive nossa consciência
em Deus, nos leva a crer novamente na grandeza de Deus, em Seu amor, misericórdia
e soberania.
O crente realmente convertido a Deus não
teme a morte, nem se desespera, é importante lembrar que no Salmo 116.15
está registrado que Deus tem prazer na morte daqueles que são seus. Algo que as
vezes escandaliza é dizer que Deus tem prazer na morte da criança, pois ali
termina o sofrimento dela neste mundo caído.
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