“Ora se as obras não salvam também não
condenam” (Rodrigo Silva)
Sei que o título soa estranho. Como
assim um religioso pode ser ateu? Claro que não estou levantando a
possibilidade de se ter uma religião sem se crer em alguma coisa ou algum ser
transcendente. A provocação se dá em relação ao cristianismo contemporâneo que
nega a Cristo, não entende quem Jesus é nem a sua obra na cruz.
A ultima frase que me assustou foi a
de um palestrante dizendo que não se sente inferior a Cristo, ele disse: “você
tem o mesmo valor de Jesus”, argumentando que se Jesus foi dado por nós logo
temos alto valor. Uma grande mentira![1]
Tiraram Deus e Jesus de seu lugar e colocaram a si mesmos, ou seja, religiosos
que creem na própria divindade, uma vez que isso é absurdo se tornam ateus,
pois não creem em nada além de si mesmos, como diz a música da banda Oficina G3:
”Os homens e seus espelhos mágicos, nada veem além de si mesmos...”
Parece algo ótimo de se dizer; o
problema é que Cristo não pagou o preço que valemos, mas dívida que adquirimos,
exatamente por desprezar a Deus, rejeitar o seu cuidado e seus mandamentos,
isso acumulou sobre nós um juízo de morte, pois é a morte o salário ou a
recompensa do pecado (Rm 6.23).
Nunca caia nessas mentiras caro
leitor, nós somos seres caídos, destituídos da benção de Deus, nos tornamos inimigos
de Deus por causa do pecado e envolvimento com o mundo (Tg 4.4). Essas
interpretações humanistas que visam motivar e promover o palestrante (pois
essas pessoas não são pregadores) são interpretações enganosas que levam multidões
para o inferno.
Calma! Não estou fazendo terrorismo,
sempre que falo de pecado gosto de lembrar da fala do pastor Rodrigo Silva
registrada em palestra e em seu livro “O ceticismo da Fé”, em que ele diz:
somos condenados não pelo pecado que cometemos, mas somos condenados pelo perdão que rejeitamos. Ora se as obras não salvam também não condenam.
Nessa fala o pastor adventista nos
traz a clareza sobre a salvação pela graça, somos salvos unicamente pela graça
e misericórdia de Deus, a obra que salva é a obra de Cristo na cruz do calvário,
ou seja, se sou um legalista e penso que entrarei no seu por deixar de praticar
isso ou aquilo estou na verdade caminhando em santidade para o inferno, pois
somos salvos apenas se cremos em Jesus como Deus e confiando que o Seu sangue
derramado na cruz tem poder para lavar meu pecado.
Por outro lado se levo uma vida
desregrada por que penso ser filho de Deus e meu ingresso para o seu está
garantido sou um nominalista e estou no mesmo caminho dos judeus repreendidos
por Paulo nas cartas aos coríntios, pois o salvo tem maior prazer nas coisas de
Deus, em agir de maneira que agrade e glorifique o seu criado e Salvador, em
outras palavras, a santificação é a resposta do salvo que entendeu a obra de
Cristo na cruz e vive para agradecer a Ele. Isso é temor e difere do medo, pois
o salvo não tem medo de ir para o inferno, o salvo é grato por ter sido
perdoado e retirado do caminho para o inferno. Assim nos lembra Teresa D’ávila:
Não me move, Senhor, para querer-te,
o céu que me hás um dia prometido;
nem me move o inferno tão temido,
para deixar por isso de ofender-te.
Move-me tu, Senhor, move-me o ver-te
cravado nessa cruz e escarnecido;
move-me no teu corpo tão ferido
ver o suor de agonia que ele verte.
Move-me ao teu amor de tal maneira,
que a não haver o céu eu te amara
e a não haver o inferno te temera.
Nada tens a me dar porque te queira
pois se o que ouso esperar não
esperara,
o mesmo que quero te quisera.
[1] Deixei
de citar o nome do autor da celebre frase mas deixo o link para o vídeo dele –
clique aqui.
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